ARCA DE PALAVRAS
por Luiz Sampaio

Quero meu blog como um assento confortável, ao meu lado, no sofá aqui de casa.
Quero você à vontade, a salvo dos instantes de sempre (aqueles que soam como sirenes e nos mantêm ad eternum em estado de alarme) para compartilhar comigo o imenso – os instantes eternos guardados em cada poema à espera de renascer ao encontro de cada leitor.
Escrevo em busca do eterno.
A tristeza da matéria efêmera é saber-se tão breve (mais ainda diante de toda beleza que a vida em nosso passageiro planeta nos propõe).
Triste é querer partir diante de toda tristeza de que a tragédia dos homens se compõe.
A poesia parece frágil e silente em nossos dias de tanto silêncio, mas basta você se sentar (melhor, se refestelar) e dar um basta e entregar-se à sua magia para saber que as ameaças em tropel não são tigres – são papel - num universo onde as palavras (e suas emoções) vivem indeléveis dentro de nós e podem nos viajar ao além.