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AS PÁS DO SILÊNCIO

Atualizado: 5 de mar. de 2020


hoje sou silêncio

ontem fui silêncio

amanhã serei silêncio


assim

por toda a eternidade

viverei a gritar

ausente de ouvidos

as verdades que tanto me doem


eu

silente de mim

braços abertos

aos seus tantos sentidos

alheios ao que vem de mim

como as pás de um moinho

cegas ao vento

simplesmente giram

e

giram

e

ausentemente

moem

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