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CONFISSÃO



não gosto do sucesso dos outros


o sucesso dos outros dói em mim

o tanto que sonhei e não fui

o tudo nunca serei

o tão alto que voei

desviei

dispersei

me cansei

e jamais alcancei


o sucesso dos outros

confisca meu fim

ofusca minha terra à vista


não sou tão bom para o salto

(minhas pernas são curtas

me ancoram tão perto...)

por vezes me afogo n’água

por vezes seco ao deserto


não há ilhas

oásis

àquele que teme armadilhas

a quem consigo não faz as pazes

a quem não crê em seu rumo certo

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