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FIM DA LINHA



no fim da linha

a um passo do precipício

existem asas de reinício

que nos salvem ao ar?


(digo daquele antigo

o mesmo de quase sempre

o ar de se respirar)


pergunto já quase sem ele

no fundo de uma espécie de mar

num nada onde não se nada


sou refém de uma palavra

de um único gesto

um jogo de artifício


dependo de um mínimo sim

um simples olhar

que me alce a salvo a voar


no fim da linha

tudo tem muito sentido

um quase nada é tanto

que até pode ressuscitar

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