LABIRINTO
- Luiz Sampaio

- 22 de out. de 2019
- 1 min de leitura
ia escrever uns versos sobre o labirinto
mas me dispersei na imensidão dos campos
que rodeiam o labirinto
depois mergulhei minha atenção
no fato dos abismos terem fundo
mas não cheguei até lá
porque sobrevoei minha atenção nas imensas montanhas
que rodeiam os abismos
depois o casaco do meu pai pendia na cadeira de balanço
e divaguei longamente com meu pai e a cadeira de balanço
para a seguir
calar longamente sobre ondas, ilhas, sobrenomes, famílias,
continentes inteiros nas horas que passaram
aparentemente sem registro
mais à tarde meu filho reparou pela primeira vez
em uns fios brancos na minha barba multicor
e a noite chegou
e ainda estou eu
aqui
a estourar de silêncio
no labirinto de estórias
dos poemas que não escrevi




Minha querida escritora, que bom receber suas palavras de aprovação e carinho! Sentir que toquei sua sensibilidade me fortalece, me dá luz para me orientar no labirinto!
Labirinto, lindíssimo poema Luiz. O olhar que vaga, junto com a memória e os afetos. Acompanhei você com todos os afetos que seu poema suscitou em mim.