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NOITE


quando sou noite


não aquela estrelada de carícias

a luzir os amantes


não aquela esvoaçante de sons

a sussurrar aos poetas


noite


digo noite


quando sou noite

sou noite


seu denso manto

o breu espesso da noite


em vão me acena o imenso


um coração aberto

um solo fértil

um primeiro passo

o abraço do sol da manhã


me valem tão ínfimos

quanto um beijo seco

desses escassos de amor ---

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