top of page

ONTEM SOU FELIZ


que gostoso o conforto da memória!

o silêncio almofadado do velho sofá

o fofo calor das pantufas

o banquinho de repousar os pés

na quietude do cobertor de lã


salto do hoje

e deixo seguir o tempo em seu túnel

como um célere trem

no escuro além do metrô


escolho a certa estação

aquela onde fui feliz

e desembarco pra sempre


dane-se se a vida é história!

quero ser livre do tempo

viver o que meu coração diz

como se o trem não matasse o amor


voltar ao mais belo houve

desatrelado do há

do horror

batendo asas do que haverá


que gostoso um ontem eterno!

que alegria não ter uma cruz!

que alívio ser sem afã!


viver como eu sempre quis

nunca temer o que temi

nunca perder o que perdi

a anos-luz do amanhã

Comentários


bottom of page