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SILÊNCIO


meu coração bate

apertado

na caixa fechada

do peito


pulso à janela

à beira do mundo tão vasto

abro-me par em par

mas de mim não me afasto


sou o do canto escuro

o cala quieto no quarto


não vejo jeito de saber-me aos saltos

pulando cercas

lançando laços

à solta no por aí

como sinto serem os outros

à frente do que não faço


sonho-me no além muros

livre de mim

laços frouxos

desconfinado do aqui

feliz tal qual os tais outros

ao fausto das festas eleitos

refestelados nos peitos

nos braços de tantos abraços

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